sexta-feira, 1 de junho de 2007

Sinceros Votos

Há pouco estava observando a minha caixa de entrada de emails. É incrível como ela serve como histórico da sau vida, uma espécie de diário.

Há exatos dois anos atrás, eu peguei a ponte aérea em Congonhas numa segunda-feira chuvosa. Lembro ter sido um dos dias mais estranhos da minha vida. Eu sentia uma espécie de indignação com tristeza cujo sentimento não consigo expressar com uma única palavra.

Havia estourado naquela época o escândalo do mensalão que significou pra mim o fim das minhas ideologias políticas. Eu, que havia sido militante de esquerda a vida toda e feito campanha para o PT desde sempre, via-me naquele momento com minhas convicções combalidas desde o início do governo Lula. O mensalão foi a gota d'água neste processo. E hoje, eu até agradeço por ter vivenciado tudo isto, porque eu era um cavalo adestrado pelos filósofos e intelectuais de esquerda. Hoje tenho muito mais liberdade e senso crítico para assuntos relativos a política e planos de governo.

Mas naquele dia, do alto da minha indignação eu resolvi escrever usando meu laptop uma carta ao presidente da república. Era uma carta que escrevia com o coração sangrando. Comecei em Congonhas onde enfrentei o congestionamento aéreo e terminei só no saguão do Santos Dumont. Mandei a carta naquele dia mesmo ao Palácio do Planalto.

Duas semanas depois recebi uma resposta. Uma daquelas cartas-padrão enviada por um dos acessores da presidência onde até a assinatura é impressa na gráfica. Mas o pior de tudo, é que desde então eu entrei para a mala direta do Planalto. Em dezembro daquele ano, na véspera das festas de fim de ano eu recebo um cartão em papel prateado de boa qualidade com o brasão da república estampado. Dizia:

"O Presidente Luís Inácio Lula da Silva e a Primeira Dama Marisa Letícia da Silva deseja a você votos de Boas Festas e Feliz Ano Novo."

Ao ler o cartão ainda indignado com tudo que vinha acontecendo e ainda mais depois de ver que recebera um cartão pago com o dinheiro dos meus impostos, resolvi fazer uma delicadeza: Retribuir o cartão ao presidente.

Comprei um pacote com cinco cartões vagabundos no camelô a R$1,00. Peguei um deles estampado com um Papai Noel e escrevi no interior:

"Desejo igualmente a sua excelência votos de boas festas e feliz ano novo. E nenhum outro voto. Especialmente o meu."

quarta-feira, 25 de abril de 2007

Volta

Voltar a blogar para mim não é motivo de comemoração.

Parece que tentei largar um vício e estou tendo uma recaída.

Mas quer saber? Foda-se!